Antes de o meu avô morrer, ele me ensinou
que muito daquilo que pensamos saber
sobre as mariposas é tão frágil quanto as delicadas
asas delas, que brilham
poeira & morte como sussurros ominosos.
Meu avô dizia que não existem agouros, apenas
equilíbrio. Equilíbrio é o que atrai a magia.
Talvez, se Mariposa não tivesse se banqueteado de vida, restasse um pouco no carro para sua mãe, pai e irmão naquele trágico acidente. Desde então, mesmo morando com a tia, Mariposa se sente cada vez mais empoeirada, sozinha e desconectada de tudo.
Mas um dia conhece Sani, que também está em busca de raízes. Afinal, aquilo que antes era a base dele, agora definha dentro do garoto. Apesar de um começo de amizade hesitante, os dois logo percebem que compartilham muito mais do que apenas dor e medo. O amor pela música os impulsiona e os transforma, é assim que surge a vontade de se movimentar, de amadurecer e de compor uma canção.
Se Sani voltar para sua terra-mãe, onde se sentia protegido, ele será capaz de compreender melhor a própria depressão. Se Mariposa o ajudar a manter os pés no chão, pode voltar a se apaixonar pela vida no processo. E, quem sabe, também entender a si mesma.
Munidos de sentimentos crescentes, assim como de uma lista de locais para visitarem, eles embarcam em uma jornada em busca de seus ancestrais e fantasmas, cada um à sua maneira.