Este volume reúne doze estudos que abordam múltiplas facetas da linguagem, seja como sistema formal, seja como prática social, e mostram tanto resultados já alcançados em pesquisa quanto caminhos a percorrer. Em pleno século XXI, a tendência epistemológica à trans/interdisciplinaridade tem desafiado o conhecimento disciplinar (Pombo, 2004), e isso não é diferente no âmbito das Letras (Signorini; Cavalcanti, 1998; Fiorin, 2008). Aqui estão estudos que, sem perder de vista as responsabilidades com o campo em que se inserem, lançam-se à integração de saberes para descrição, análise e/ou interpretação das provocações mais contemporâneas.
Considerando a complexidade dos fenômenos linguageiros, os estudos ora apresentados desenvolvem-se na relação com as ciências cognitivas, especialmente com modelos cognitivos representacionais, para desenho de diferentes modos de conceber a representação linguística; com as ciências sociais, para a construção de dispositivos que deem conta da instalação do sujeito e da história na linguagem por meio de diferentes formas de discurso; com a educação, para consideração do que está implicado na tarefa metalinguageira nos processos de ensino-aprendizagem institucionais e suas implicações para a participação na vida social; com a política, com fins de discussão mediadora entre o saber linguageiro e o vetor das migrações para pensar as políticas linguísticas e o vetor das novas tecnologias para pensar as questões éticas que emergem dos papéis que estas assumem. Assim, os capítulos distribuem-se numa sequência que parte da aquisição da linguagem, perpassa pela interface léxico-gramatical, atravessa o sincretismo verbo-visual, dialogando, entre as diferentes abordagens, com questões de educação linguística, levando-nos a refletir sobre os processos de constituição dos sujeitos na sua relação com as transformações em curso no mundo contemporâneo.