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Iniciei minhas atividades como pesquisador, na área de Cinema, durante meu mestrado em Comunicação na PUCRS, ao final dos anos 1990. A ele se seguiu o doutorado em Cinema na USP, concluído em 2004. Um ano antes, em 2003, havia ingressado no magistério superior junto ao curso de Realização Audiovisual da UNISINOS, de que fui coordenador entre 2004 e 2006, e onde permaneci por quase 20 anos. Entre 2006 e 2008, tive a felicidade de organizar os livros História do Cinema Mundial (em 7a. edição) e Cinema Mundial Contemporâneo. Eles foram resultado da rede de trocas proporcionada pela SOCINE (Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual), de cujo Conselho Deliberativo fui membro entre 2000 e 2011. Por esses anos, meu foco de pesquisa em Teoria do Cinema, com ênfase sobre as teorias da espectatorialidade e da recepção cinematográficas, fez despertar meu interesse pela Psicanálise. E foi meu fascínio como espectador-cinéfilo e pesquisador de film noir, com destaque para sua tematização do embate entre homens e mulheres, que me (des)encaminharia a uma deriva, faz já uns 10 anos, pelos Estudos dos Homens e das Masculinidades, Feministas e Queer, a qual também me reconduziria, agora decisivamente, à Psicanálise. Entre 2018 e 2020, foi um privilégio ter podido retornar como aluno a um mestrado, desta vez em Psicanálise, na UFRGS. Ao longo desse período de andanças intelectuais, praticante que sou desde a juventude da meditação e do esoterismo, em particular os taoístas, descobri também, arrebatado, os Estudos acadêmicos Taoístas e Tântricos, subcampos dos Estudos Religiosos ainda praticamente inéditos no Brasil. É como fruto dessa deriva nomádica, desacomodadora e deliciosa e que me converteu em cidadão, provavelmente em definitivo, também da Psicanálise e dos Estudos dos Homens e das Masculinidades, que ora apresento essa breve contribuição, pleno de alegria.
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