Por que fazer o caminho?
Foi a pergunta que busquei responder em um pequeno vídeo, ainda na fase pré-viagem. Lembro-me que alguns anos atrás, quando falávamos sobre realizar o Caminho de Santiago, a minha motivação estava relacionada aos fatos históricos, gastronomia e cultura local, nada muito alinhado à religiosidade ou espiritualidade. No entanto, os anos foram passando e nossos destinos de férias eram escolhidos e o caminho era "esquecido". Lembro-me de um comentário feito por uma ex-aluna dizendo "professor, eu nem sabia que você era religioso". Durante muito tempo, fui muito crítico às instituições religiosas, me apegando somente aos fatos históricos negativos. E agora começava a compreender e vivenciar o lado bom da fé, crença e esperança. Evidenciar como que a religiosidade se manifesta em tantos detalhes e que, mesmo não muito ciente, eu sempre acreditei e fui muito grato às Divindades do Bem. E no dia que coloquei o pé no Santuário de Lourdes e lágrimas banharam minhas faces, descobri que não havia o porquê, mas, sim, que o caminho era parte de um todo, ao qual eu já estava conectado. Naquele momento eu compreendi que fazer o caminho representava reconhecer a divindade em todas suas manifestações e me permitir ser parte deste milagre e benção que é viver a vida.