Numa manhã, a caminho da escola, em Paris, uma menina interroga seu pai: "Por que você dança quando anda?". Essa pergunta inocente - e grave ao mesmo tempo - fará este homem recordar sua infância no Djibuti, país africano, na costa do Mar Vermelho. Ele acorda as lembranças, retorna ao país natal, ao país da infância e da adolescência, da luz e da poeira, onde a enfermidade - primeiro as febres e depois a perna que se recusava a sustentar - o fez diferente, único. Ele se lembra do deserto movediço do Djibuti, do Mar Vermelho, das casas feitas de folhas de alumínio do seu bairro, da imensa solidão, das personagens que marcaram sua vida no país: Papai la Tige, a mãe Zahra, a avó Cochise - por quem o autor diz ter uma afeição especial pois "ela representa o passado dos nômades, a sabedoria africana" -, a empregada Ladane, os irmãos mais novos. Por que você dança quando anda? "é a história de uma menina que pressiona seu pai a falar de si mesmo, e ao fazer isso ela permite que ele aceite o passado e se reconcilie com a vida", diz o autor.