Pescar truta na América desestabiliza a ideia de um livro convencional enquanto cria um mundo onde coisas parecem improváveis de permanecer em seus devidos lugares. Richard Brautigan traduz seu espírito lisérgico em um romance metaliterário, sem sequência temporal, de capítulos curtos e ligados por um mesmo assunto, o ato que dá título à obra. Publicada originalmente em 1967, a história percorre a infância de Brautigan no noroeste dos Estados Unidos; a vida adulta em São Francisco; e uma viagem de acampamento em Idaho, com a esposa e a filha, no verão de 1961, ao longo da qual a maioria dos capítulos foi escrita. E, nesta primeira experiência de Brautigan com prosa, descobrimos que Pescar truta na América não é apenas o nome de um livro. Pode ser um personagem, um hotel, o ato de pescar em si, pode vir acompanhado de uma receita; pode ser tudo o que Brautigan e sua literatura conseguem transformar.